sexta-feira, 18 de abril de 2008


Perdi no tempo o dia do calendário.
Podia tê-lo marcado com uma cruz, a azul, ou um círculo, a vermelho.
Sim, definitivamente, se o tivesse marcado, hoje sei que seria com um círculo, de tanto que me enlaça este sentimento, a vermelho!
Vermelho Paixão, como esta, que me despertaste, a que me prendes, por tudo o que me fazes sentir. Se tentasse resistir seria uma luta inglória, por isso a ela me rendo.
Vermelho Sangue, como o que me corre e fervilha nas veias, quando soltas na brisa o teu “Adoro-te”, e ela, à chegada, afasta-me suavemente o cabelo e, em jeito de confissão, sopra-o ao meu ouvido.
Vermelho Fogo, como este que me ateias, quando sinto o teu beijo, o teu abraço, quando te sinto nas palavras, nas sensações e nas emoções que elas transmitem.

Perdi no tempo o instante.
Talvez tenha sido numa manhã luminosa, ou num cálido fim de tarde. Talvez tenha sido num dia cinzento, ou numa noite estrelada.
Que importa o dia do calendário, ou mesmo o tempo que fazia.
Não é um dia que guardo em mim, nem o tempo. Mas a soma de todos os dias.
De todos os dias em que partilhamos o tanto de nós, melodias, segredos, palavras, imagens, sentimentos e sentires, sorrisos, desejos por cumprir.
Não é um dia que guardo em mim, nem mesmo o tempo.
É a soma de todos os dias.
De todos os dias em procuramos um no outro o prolongamento das nossas emoções, de todos os dias de ausência sentida, que desejamos que os dias, as horas corram mais depressa para nos voltarmos a saciar, numa urgência de alma feita de plenitude.
De todos os dias… de todos tempos… que ainda estão para vir.